Uma semana em Santiago
- Helen Farias
- 2 de jan. de 2016
- 9 min de leitura

Quem mora na cidade do Rio de Janeiro vai sentir uma diferença enorme em Santiago. O clima seco faz você desidratar e ao mesmo tempo não suar, a segurança que você sente andando nas ruas, você pode pegar seu telefone em qualquer lugar e não sentir medo de perdê-lo a qualquer momento, mas cuidado com a sua bolsa, o tipo de furto que tem lá é quando você se distrai com seus pertences e aí já era seu telefone, sua carteira…. CUIDADO.
Essa foi minha primeira viagem internacional, aprendi bastante com ela e tive uns erros de principiante vexatórios. E os perrengues? Ah os perrengues, essa viagem não foi só alegria, mas foi a MELHOR viagem que fizemos até o momento.
Compramos a passagem com meses de antecedência, na inocência de ser mais barato. Pagamos mais de R$ 2.000,00 por um voo São Paulo - Santiago - Calama - São Paulo para o dia 02-01-2016, com isso tivemos que comprar outro voo Rio - São Paulo - Rio. Por que comprei separado? O voo Rio - Santiago - Calama - Rio estava R$1.000,00 a mais.
Sendo assim, compramos um voo Rio - São Paulo dia 01-01-2016 e ficamos no Hotel Ibis Guarulhos. Foi a melhor coisa que fizemos pois o hotel disponibiliza transfer gratuito do aeroporto para o hotel. Ao chegarmos no hotel já deixamos agendado nossa vaga no ônibus que partia bem cedo no dia seguinte, do hotel para o aeroporto. Esse transfer é pago, mas é baratinho, pagamos R$ 7.
Sempre sofremos com nossas viagens no feriado, assim como em Curitiba, foi difícil achar um lugar para comer no dia 1º de Janeiro.
Pegamos nosso ônibus às 5:30 para o aeroporto de Guarulhos, nosso voo saia 7:35, chegamos em cima da hora para o check in encerrar, nossa sorte foi termos feito o check in no dia anterior. PRIMEIRO ERRO - escolher o horário do transfer com apenas uma hora de antecedência para o fechamento do voo. Agora um erro de pessoa avoada, que eu condenava quando trabalhava em companhia aérea: esqueci meu passaporte no balcão de check in, vergonha master. Por sorte voltei e ele ainda estava lá.
Embarcamos em um avião da Lan Chile, e dentro dele já sentimos a presença chilena rsrsrsrs as comissárias já falavam espanhol e começamos a nossa imersão no idioma. O voo foi maravilhoso, vimos a Cordilheira dos Andes, nesse momento você é obrigado a colocar seu cinto de segurança e não pode nem ir ao banheiro.

Chegamos no Chile e contratamos o serviço de transfer da Transvip, que nos deixou em frente ao nosso apartamento. Alugamos um apartamento pela Airbnb, saiu bem mais barato do que reservar um hotel e ainda tínhamos a vantagem de ter cozinha para fazermos nossa comida e lanches para os dias que ficaríamos fora o dia inteiro.
SEGUNDO ERRO - Não deixar agendado o serviço de transfer de volta ao aeroporto, por sorte conseguimos reservar pelo site da Transvip, porque TERCEIRO ERRO - estávamos sem telefone a viagem inteira, não achamos necessário pagar por um chip lá. Essa parte foi mais sorte do que juízo.
Fizemos compras em uma vendinha perto do apartamento, uma boa dica é: compre comida para fazer, a comida no Chile é cara que só, parece o Rio de Janeiro, por refeição gastávamos R$100 fácil para os dois. E mais uma coisa a seu favor é: os chilenos adoram levar suas marmitas para os parques e comê-las ao ar livre, quer coisa melhor? Você não vai pagar mico com sua marmita no meio da rua, é só sentar no chão e aproveitar a economia.
Antes de sair do Rio, já estava com tudo planejado, aonde ir, horários, como ir, quanto pagar... Lógico que tivemos que fazer alguns ajustes no planejamento e ele acabou ficando assim:
1º dia: Bairro Concha y Toro (sem querer conhecemos vários outros pontos turísticos voltando a pé para o apartamento)
2º dia: Cerro San Cristóbal + Zoo + Sky Costanera
3º dia: Vale Nevado
4º dia: Viña del Mar + Cerro San Cristóbal
5º dia: Passeio pelo centro de Santiago a pé + Cerro Santa Lúcia
6º dia: Cajón del Maipo
7º dia: ficamos no apartamento organizando as malas e transporte para o dia seguinte
Agora vamos detalhar cada dia.
1º dia
02 de Janeiro - Sábado
Depois de nos alimentarmos e fazermos compras, fomos comprar nossas passagens do metrô, fiz um cálculo de gastos conforme os lugares que queríamos visitar, mas acabou que fizemos quase tudo a pé, as coisas são bem pertinhas umas das outras. Pelo menos para nós que gostamos de andar.
No apartamento onde ficamos a proprietária havia deixado um cartão do metrô para o nosso uso, não tinha entendido o porque até comprar o meu. Cada cartão custa $1.500, com o cartão que tínhamos no apartamento iriamos economizar esse valor, mas a pessoa louca por recordações adora trazer uma quinquilharia para casa, e cá estou eu com meu cartão do metrô de Santiago.
Pegamos o metrô e descemos na estação República para conhecer o bairro Concha y Toro, posso te dizer que só tem a pracinha com o chafariz de bonitinho, a arquitetura também é linda, porém, Santiago é muito pixada, pixação por todos os lados o que acaba deixando o local feio.

Resolvemos voltar a pé, o dia estava agradável, estávamos nos sentindo seguros no local e começamos nossa jornada a pé. Passamos pela Casa de La Moneda, pela Rua Nueva York e pelo Passeo Ahunada.
2º dia
03 de Janeiro - Domingo
Pegamos o metrô bem cedinho, por volta de 8hrs (mesmo sendo horário de pico, o metrô de Santiago estava longe de ser aquele inferno de cheio que estamos acostumados) e descemos em Baquedamo para ir ao Cerro San Cristóbal. Fomos primeiro para o Zoológico, porque a pessoa aqui precisa ver uns bichos na viagem. Pagamos $3.000 cada para entrar no Zoo, gastamos boa parte da nossa manhã lá. Levamos água e lanche para esse dia, como estávamos certos de poder reabastecer nossa água em qualquer banheiro bebemos sem dó, porém dentro do Zoo os banheiros são pagos.
Agora o QUARTO ERRO: queríamos subir o Cerro a pé, não queríamos pegar o funicular para subir, então fomos subir o morro pelo lado errado. Se você estiver de frente para a estação do Funicular, pegue o lado esquerdo do Cerro e não o direito como fizemos, saímos do Zoo e continuamos pela estradinha, erro bonito, fomos parar do outro lado da subida/descida do Cerro.
Então fomos para o lado errado, mas a estrutura da cidade é tão voltada para a prática de exercício ao ar livre que tem estações com banheiro e bebedouro durante os percursos, foi aí que reabastecemos nossa água e fomos ao banheiro.
Como havíamos andado bastante e nosso suprimento de comida havia acabado (ainda não sabíamos do poder da marmita), comemos em um restaurante no caminho para o Sky Costanera, foi aí que comemos pela primeira vez na rua, comida mais ou menos e um preço de arrepiar.
O Sky Costanera não estava previsto para esse dia no meu roteiro original, mas não subir o Cerro San Cristóbal também não estava, o que nos deixou com a tarde livre para fazermos outra coisa. Como vimos que ele estava relativamente próximo de onde estávamos fomos a pé até ele.
A entrada custa $8.000, custou mais caro pois estávamos indo em um final de semana, durante a semana o preço é outro.
Para ver os valores do Sky Costanera é só clicar aqui.
O Sky Costanera tem 300m de altura com 65 andares. Com o ingresso você visita o 64º e o 65º, o último é open sky (não se iluda, é só sem teto). Lá de cima se tem uma visão de 360º de Santiago. O acesso para o 65º é feito por escada rolante, lá em cima tem banheiro e wi-fi liberados.

Quando descemos aproveitamos para passear pelo shopping que fica no mesmo prédio, são cinco andares de lojas. Aproveitamos para fazer compras em um supermercado grande que tinha lá. Voltamos de metrô,pois já tínhamos andado muito e estávamos com o peso das compras.
3º dia
04 de Janeiro - Segunda feira
Pegamos o metrô e fomos buscar nosso carro que nos levaria para o Valle Nevado. Alugamos o carro no Chilean rent a car.
Alugamos o mais basicão com GPS, já que estávamos sem telefone para usar o nosso. Nosso carro do dia era um Chevrolet Spark 1.0, conseguimos subir tranquilamente, lógico que em muitos trechos só de primeira marcha mesmo, mas a viagem foi tranquila. Foi nesse passeio que sentimos a altitude, nós passamos mal e precisamos parar diversas vezes por causa do mal estar.

Foi nesse dia que usamos nossa marmita pela primeira vez, fizemos um frango desfiado com batata que estava dos deuses. rsrsrsrsrs
Nós fomos no verão, logo não tinha neve, mas não se iluda que não haverá frio. Fui toda fresquinha, de blusa e short e me ferrei. Nunca passei tanto frio na minha vida, o vento é de cortar e não aproveitamos muito o local porque estávamos sem casacos para aquele frio.

Como tínhamos outro dia com o carro tivemos que procurar um estacionamento para deixá-lo de um dia para o outro. Encontramos um perto do apartamento que nos cobrou $5.000 pelo pernoite.
4º dia
05 de Janeiro - Terça feira
Pegamos nosso carro no estacionamento e fomos em direção à Viña del Mar. Passamos por 2 pedágios na ida e na volta como valor de $1.800.
Visitamos o Reloj de Flores, o Castilo Wullf, atravessamos a ponte e vimos o Casino de Viña del Mar, passamos pelo Museo Fonck onde há um exemplar Moai e fomos no parque Quinta Vergara onde se encontra o Museu de Bellas Artes e um grande anfiteatro.

Nesse dia íamos devolver o carro, e tivemos que abastecer para devolvê-lo com o tanque cheio. Em Santiago as pessoas abastecem o próprio carro, o que foi divertido porque nenhum dos dois sabiam o que estavam fazendo.
Acabamos voltando mais cedo do que o esperado e como a locadora de veículos ficava próximo ao Cerro San Cristóbal aproveitamos para subir. Começamos nossa caminhada eram 17hrs, a subida é tranquila porém é bem longa. Chegamos lá em cima já estava no fim da tarde, pegamos o início do por do sol, bem bonito.

Durante todo o percurso de subida e descida tinham pessoas praticando exercício, corrida, caminhada, ciclismo, o que nos deixou bem tranquilos por estarmos fazendo aquilo aquela hora do dia.
5º dia
06 de Janeiro - Quarta feira
Acordamos cedo para vermos a troca da guarda no Palácio de la Moneda. O Palácio fica entre duas praças a Plaza de la Ciudadania e a Plaza de la Constituición, se informe com os guardas em qual delas ocorrera a troca. Veja também os dias que ocorrerão a troca da guarda, dependendo do mês podem ser feitas nos dias ímpares ou pares.

Visitamos também a Plaza de Armas, Museu de Belas Artes (apenas a fachada, ele estava em greve), Bairro Paris-Londres e o Cerro Santa Lucia.

Nesse dia não levamos comida e comemos mais uma vez na rua porque achamos um Mc Donald´s. Como definir o Mc de lá? Eles não tem uma grande variedade de sanduíche e o sabor não é o mesmo daqui, mas o valor bate com o nosso.
6º dia
07 de Janeiro - Quinta feira
Para esse dia tínhamos alugado um carro para irmos à Cajon del Maipo. Dessa vez nosso carro foi um Suzuki Altos 800, alugamos com GPS também. A estradinha que leva até Embalse el Yeso é bem complicada, em muitos trechos só passa um carro (onde você divide espaço com carros de passeio, van de turismo e caminhões) sem contar com diversos trechos de puro precipício. Quando chegamos almoçamos a nossa marmita, porque lá não tem restaurante nem nada para comprar.


Depois fomos para o Baños Colina, duas horas de carro com uma estrada pior ainda. O que não acreditamos até hoje que chegamos lá com o carro que estávamos, pois atravessamos vários córregos que não sabíamos se o carro aguentaria, assim como a estrada com pedras soltas enormes que poderiam rasgar um pneu nosso com facilidade.
Quando chegamos lá já começava a chover e estava bem frio. Pagamos $ 8.000 cada para tomar banho no termas, QUINTO ERRO: levamos apenas uma toalha. O banheiro que tem lá tem chuveiro de água fria e voltamos sujos com a água do termas mesmo. :P

Voltamos para Santiago, abastecemos o carro e entregamos ele na locadora, sujo mesmo, não precisamos entregar ele limpo.
7º dia
08 de Janeiro - Sexta feira
Passamos o dia no apartamento arrumando mala e vendo as finanças para o nosso próximo destino. Fizemos o agendamento do transfer pela site da Transvip, agendamos para às 4:50 do dia seguinte. Foi bem tranquilo esperar o transporte na rua, apesar de termos ficado no centro de Santiago o local não nos passou insegurança em nenhum momento.
No que dá para economizar:
Comprar comida no mercado e fazer em casa
Levar lanchinhos e marmitas para comer na rua
Beber água da torneira (fizemos isso todos os dias que estivemos em Santiago e não tivemos problema)
No horário que você pega o metrô: o metrô tem tarifas diferentes para cada horário do dia, tente pegar nos horários mais baratos, eles também costumam estar mais vazios.
Erros que tínhamos que ter evitado e que fomos abençoados em não ter dado merda:
viajamos sem seguro viagem
não compramos chip de telefone que funcionasse lá
sem um cartão de crédito com limite alto disponível (precisamos para deixar o calção na locadora de veículo)
Agora é partir para o Atacama, esse tem muita história para contar, mais perrengues e lugares maravilhosos de se ver. No próximo post.
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